Crítica

“Made for Love”: série de ficção científica é engraçada e traz reflexões sobre o amor

A narrativa da série se desenrola quando a protagonista descobre que seu marido, um magnata da tecnologia, implantou um chip em seu cérebro.

16 de agosto de 2021

A HBO Max chegou ao Brasil com a promessa de um catálogo diverso e produções de alta qualidade. Uma delas é a série Made for Love, estrelando a formidável Cristin Milioti — também conhecida como a Mãe de How I Met Your Mother. A história é uma ficção científica que foge dos moldes de suspense e aposta em uma comédia dramática. A série é baseada no romance homônimo de Alissa Nutting, que produz a trama.

Tudo começa com o que parece ser uma história de amor e luxo: Hazel Green (Cristin Milioti), é uma mulher que está em um relacionamento de 10 anos com seu marido, Byron Gogol (Billy Magnussen), um magnata da tecnologia. Eles vivem sem contato com a sociedade em uma espécie de mansão criada a partir de cubos computadorizados que projetam todas as paisagens que os donos desejam.

No entanto, a trama toma forma quando Byron anuncia que está desenvolvendo um dispositivo que permite conectar duas pessoas apaixonadas — chamado Made for Love — e diz que o casal será o usuário um. Quando Hazel descobre que seu parceiro já implantou o chip em seu cérebro sem consentimento, a garota foge de casa e vai para sua cidade natal. Lá, ela encontra seu pai, Herbert (Ray Romano), que mora com uma parceira sintética, Diane, porque nunca superou a morte da esposa e a partida da filha.

O humor irônico da trama fica ainda mais forte quando Hazel tenta se proteger do marido, que a vigia constantemente. É aí que Made for Love se mune de metáforas e traça um paralelo com a sociedade atual, que é cheia de aplicativos e redes sociais que mostram cada passo que damos mas, ao mesmo tempo, são superficiais e não dizem o que estamos sentindo de verdade.

A procura por companhia e o medo da solidão aparece em quase todos os personagens: Hazel, Byron, Herbert e até uma freira que decide ajudar a protagonista. Em geral, a série é lúdica, engraçada e exagera o futuro da tecnologia. No último episódio, Let’s Meet, os roteiristas não nos preparam para a reviravolta de Hazel e propõem uma reflexão: será que o amor acontece quando sabemos tudo sobre o outro ou quando este escolhe, por vontade própria, dizer o que está sentindo e se mostrar vulnerável?

Ainda assim, há questões que precisam ser respondidas na próxima temporada, já confirmada pela HBO Max. Não é possível saber, por exemplo, o que levou Byron a se distanciar das pessoas, da cultura e dos prazeres humanos como comer, beber ou até simplesmente sentir cheiros. Por enquanto, não sabemos quase nada de sua história e como ele se tornou um empresário de sucesso.

Assista ao trailer abaixo:

notas bitniks 4.5