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A dualidade entre bem e mal nos vilões da Disney

A Disney caminha para alterar a indústria cinematográfica como conhecemos. Novos tipos de personagens ganham os holofotes e, cada vez mais, há quebras de padrões — a começar pelas princesas. Dois fortes exemplos disso são A Pequena Sereia, protagonizado pela atriz negra Halle Bailey, e a Branca de Neve, que terá a colombiana Rachel Zegler como protagonista.

Mesmo com o boicote de espectadores que não estão preparados para mudanças, uma empresa que vale 200 bilhões de dólares pode arriscar como quiser, certo? Acontece que a Disney, acompanhada por outros estúdios, vai além. O público não demorou a notar que até os vilões estão se transformando — mais especificamente, ganhando alma.

Cruella não mata mais dálmatas para fazer casacos; Malévola é uma “mãezona” e antagonistas da Marvel têm motivações cada vez mais “embasadas” – como as soluções para problemas de recursos naturais de Thanos e o ativismo anti-racista de Killmonger.

Tudo isso explica a resposta positiva das produções dos últimos anos. Coringa se torna um dos longas (para maiores) mais rentável da história. Malévola vira uma franquia de filmes. Os últimos dois Vingadores rendem 4,8 bilhões de dólares. Cruella é assistido por quase 700 mil americanos, via streaming, somente na estreia.

Essa espécie de reinvenção pode ser percebida por múltiplas óticas. Uma delas é pela surpresa. O maior exemplo é a vitória inimaginável do vilão Thanos em Vingadores: Guerra Infinita. Filicio Mulinari, doutor em filosofia, explica ao Bitniks que isso está simplesmente atrelado à arte. “O inesperado é parte do espetáculo. Isso que faz a gente, quase sempre, dar uma torcida para o vilão em segredo”.

“Obviamente, há uma questão da mudança de visão de mundo, as pautas políticas que não temos mais, as pautas feministas, dos negros. Então, eles pegaram essa onda e criaram os personagens mais complexos, mais humanizados. É um fruto do tempo, mas só é novo do grande público.

Filicio Mulinari

Filicio também ratifica que não é a Disney que está mudando a atual geração, mas o contrário. O doutorando em Literatura Paulo César Ribeiro Filho concorda com a afirmação. Estúdios grandes, como a Disney, para ele, não ditam moda: “eles já respondem ao que é inevitável de se responder, em termos de sociedade. As pessoas às vezes tratam o material midiático massivo de um jeito muito inocente. Mas a verdade é que eu sinto que a Disney responde às pulsões sociais incontroláveis. Pelo menos nos Estados Unidos, porque aqui no Brasil… enfim”.

Para Paulo e parte de seus alunos do Instituto Educacional Alvorada Plus, existe uma preocupação atual da indústria cinematográfica, em termos de ressignificação de histórias antigas. As produtoras desejam “propor novos significados para noções que os contos de fadas cristalizaram e que são muito prejudiciais”, mesmo que enfrentem muita resistência no meio do caminho.

Ele prossegue dizendo que, assim como foi necessário alterar a figura da mulher ao longo de várias adaptações e remakes, os vilões têm a própria vida complexificada para haver que esse material lucrativo volte à vida. Então, viu-se necessário explicar o porquê dessa vilania e, às vezes, tentar mostrar ao público as coisas de outro ponto de vista.

Ela” uma vez…

“Acho que tem uma coisa que adoram fazer com mulher que é ‘não pode ser muito poderosa’. Isso vemos na Malévola, na Feiticeira Escarlate, em qualquer lugar”, diz Flávia Gasi, jornalista e doutora de Comunicação e Semiótica. Gasi lembra, ainda, o caso da Viúva Negra – Vingadora que só foi ter um filme após seu sacrifício. “Ou a mulher morre, que nem a Viúva Negra, ou ela se torna uma vilã porque tem muito poder… e ‘não pode’ existir uma mulher com muito poder”.

No entanto, aponta a jornalista, “se as boazinhas são tratadas de jeito não-objetificado, como a Capitã Marvel, vai ter gente falando ‘nossa, é o pior filme da Marvel!’”. Para ela, o público não está acostumado a lidar com personagens femininas. Do contrário, chegamos na mulher “poderosa demais” que, portanto, é uma vilã. Não é uma questão de os roteiristas da Disney quererem compensar os deslizes, mas vilãs complexas seriam a menor margem para rejeição do público.

Esmiuçando a personagem de Cruella, por exemplo, notamos que ela virou designer de moda com traumas de infância (sem matar cachorros), em sua encarnação mais atual de 2021 — diferente da vilã da animação de 1961, mantida nos live-actions de 1996 e 2000. No entanto, essa espécie de “reparação” da personagem levou muito tempo em comparação às outras transformações feitas pela Disney.

A dualidade nos contos de fadas

Quando falamos sobre contos de fadas, uma associação fácil de ser feita é o formato popularizado pelos alemães Irmãos Grimm: algo curto e dualista, com o bem e o mal demarcados — o que faz deles a maior fonte para adaptações da Disney.

Porém, um século antes, existiam os contos de fadas franceses. Nestes, não havia “bruxas”, mas as fadas más. “Com o iluminismo, a crença em bruxas já fora há muito tempo superada. Era digna de mentes rudimentares. Bruxa só vai começar a aparecer em história na Alemanha, no século 19”, com o resgate da tradição, diz Paulo. Ou seja, no início, não existia nem mesmo o estereótipo das bruxas vilanescas que fomos conhecer na Disney.

“Temos uma Branca de Neve super contente, limpando a casa, varrendo. A grande realização na vida dela é limpar a casa e fazer comida. É possível ver essa questão da paixão à primeira vista com um homem bonito expressa nesses contos, que vão refletir inevitavelmente uma ideia de mundo masculina — o que não encontramos em contos de autoria feminina.”

Paulo César Ribeiro Filho

O teatro grego, por outro lado, passou por várias mudanças com relação ao que é considerado “vilanesco”. Na mitologia grega, a Medeia (vista por muitos como feiticeira) tem uma história curiosa por querer evitar que suas filhas sejam alvo do mesmo machismo que ela foi. Sem spoilers, mas ela comete atos violentos horríveis e, mesmo assim, não é formalmente considerada uma “vilã de fantasia” – afinal, suas intenções não foram maléficas.

O conceito tradicional de maldade seria, então, formalizado nestes contos de fada. Flávia diz que, no começo, isso era algo mais voltado à fantasia. “Você tem uma pessoa, ela foi marcada por um tipo de oráculo. Ela não tem como escapar disso, se tornando um vilão”. Isso também foi reafirmado no modelo chamado jornada do herói (ou monomito), popularizado por Joseph Campbell, com o bem e mal divididos.

Décadas antes de Campbell, outro autor dividiria também o popular bem e mal. “Propp já dizia que o protagonista na fantasia é aquele que passa pelo processo. Então, ele tem menos agência que os outros personagens”. O tal “Propp” citado é Vladimir Propp, acadêmico russo que escreveu A Morfologia do Conto Maravilhoso. Na obra, ele próprio explica que o herói em um conto pode ser tanto o personagem que sofre diretamente as ações do vilão, como “quem concorda em liquidar o infortúnio” de outra pessoa. Ou seja, uma vítima ou um herói que só quer fazer o bem.

Em Morfologia temos a desconstrução da estrutura de um conto, coisa que nos ajuda a entender como os vilões podem afetar uma história. Sua tarefa é “perturbar a paz” de uma família feliz e “causar um infortúnio, dano ou ferimento”. Ele pode ser um dragão, demônio, um grupo de bandidos, uma madrasta ou bruxa, por exemplo. 

Contudo, Propp não estuda o conto de fadas literário. Paulo relata que há uma grande diferença nisso. “O folclore russo tem uma estrutura distinta do conto de fadas clássico francês, que se aproxima dos Grimm” – não por acaso, está sendo uma das maiores referências para adaptações feitas pela Disney.

A existência da divisão mais demarcada é necessária, para Paulo, quando o conto de fadas passa da literatura para o cinema. “Isso precisa ser potencializado a décimo grau, pois não haveria um conflito propriamente dito para a história. Foi como aconteceu com A Rainha da Neve“. A personagem, que era antagonista às duas crianças principais, não entra em nenhum embate. Logo, foi complexo para a Disney em adaptar o conto de Hans Christian Andersen, mesmo que houvesse planos de fazer isto. “Não existe uma luta física entre bem e mal nos contos de fadas, é mais uma jornada de auto-superação em termos de aperfeiçoamento das virtudes do herói”.

Seguindo essa mesma lógica, a Malévola da animação não precisaria se transformar em dragão. “No caso de Bela Adormecida, a Disney criou na personagem uma coisa que não existe no conto original”. Paulo resume a obra: quando toda a corte de fadas é convidada para dar graças com rei e rainha, somente a fada mais velha é esquecida (por pensarem que ela havia morrido). Ela, então, dá o dom à menina justamente pelo desmerecimento que ela sentiu por não ter sido convidada, não por ser propriamente uma pessoa má. Em contraste ao que foi adaptado séculos depois, “não existia natureza maléfica nessa fada”, o doutorando diz.

Vilania social

O domínio de estrutura narrativa e de temas conservadores logo caiu por terra. Além disso, “a fantasia foi feita para ser escapista e levar você a pensar nisso, mas não foi feita para ser hegemônica – pois nenhuma estrutura narrativa foi”, esclarece Flávia. A especialista também diz que nos mantermos a um molde pode ser danoso, com as mudanças sendo benéficas até para nossa pura interpretação textual.

“Se tudo o que você conhece é um mundo dual – e o mundo real não é –, a hora que você olhar para o real talvez te cause estranheza, por não ser exatamente aquilo que você viu o dia inteiro na sua TV.”

Flávia Gasi

Paulo conta a nós que o vilão “ressalta as virtudes do herói” e, mesmo sendo o opositor da jornada, “ele não tem a natureza má”. Logo, temos um outro ponto delicado dos vilões: eles são antagonistas morais do herói. E junto a problemas de moral temos os problemas sociais. 

“O problema do mal é interessante para a filosofia porque normalmente ele é associado a problemas éticos”. Nos estudos da filosofia, Filicio revela que a questão é geralmente associada a problemas que explicariam o motivo de alguém não fazer o bem. Sócrates, por exemplo, achava que ninguém era mal: as pessoas só eram ignorantes.

“Existe apenas um bem, o conhecimento, e um mal, a ignorância” 

Sócrates

“Normalmente o que faz um vilão ser um vilão é ele ser sempre contra o tabu”. Historicamente, Filicio conta que os vilões são relacionados à criminalidade, a exemplo dos vilões de histórias em quadrinho. A complexidade das HQs criou seu próprio nicho, segmentando o público – que há pouco tempo se camuflou com o tradicional fã de blockbusters. Contudo, mesmo que tenhamos a assimilação instantânea da verdade absoluta “cometer crimes é errado”, a própria criminalidade começou a ficar complexa nos filmes. “A mudança midiática audiovisual é recente. (…)A gente não imaginaria The Boys no começo dos anos 2000”, afirma o doutor em filosofia.

Em Pantera Negra (de 2018), o personagem Erik Killmonger é introduzido a nós no Museu da Grã-Bretanha, questionando uma curadora sobre as origens dos itens em exposição. “Como acha que seus ancestrais conseguiram? Acha que pagaram um valor justo, ou só pegaram, como fizeram com tudo?”, ele pergunta. Embutido na pergunta está um questionamento de hereditariedade e uma clara mensagem, ao público, a respeito de colonização – ele é interpretado por Michael B. Jordan, ator negro e ativista de movimentos anti-racistas. O personagem então rouba o museu.

No filme, Erik disputa o treino com T’Challa, protagonista e herói. “Tem cerca de 2 bilhões de pessoas que nem a gente no mundo todo, só que a vida deles é mais difícil”, discursa. Ele acredita que o reino de Wakanda tem os recursos necessários para libertá-las. Tanto o protagonista como ele lutam pela mesma causa, mas Killmonger tem métodos mais explícitos (e violentos) de chegar ao resultado desejado. 

“De onde eu venho, quando negros começaram a se rebelar, eles não tinham armas, nem recursos para enfrentar os opressores. Onde estava Wakanda? (…) Vamos mandar armas de vibranium para nossos Cães de Guerra. Eles vão armar oprimidos no mundo todo, que poderão se rebelar e matar os que estão no poder”.

Erik Killmonger

Porém, Killmonger não se safa de cair nas próprias armadilhas. Suas vontades não são sustentadas e suas reais intenções são mal-sucedidas. Com essa leitura externa ao Universo Cinematográfico da Marvel, como conta Flávia, você consegue olhar para o vilão com outros olhos. “Acho que ele é um vilão porque ele matou a namorada, e isso é muito vilanesco. Ele também faz mal para a população que ele disse que não faria”.

Ao entender a metamorfose da nossa visão sobre a violência, temos uma forma de compreender o que são os vilões em nossa sociedade. Filicio conta que isso seria algo especial enquanto tratando do lado ocidental, pois além da limitação de tratarmos somente herói e vilão, há uma modificação na linguagem. “Antes de mudança política, social e antes de pautas LGBT, aquilo que significamos por violência mudou. Quem não estiver ligado a isso será cancelado”.

“Vivemos em uma sociedade”

Seja nas mãos de Bruce Timm ou atrás das lentes de Christopher Nolan (e Todd Phillips), o Coringa é um vilão inegavelmente moldado pela sociedade. Uma parte da humanização dele foi feita pelo próprio público ao interpretá-lo. “As pessoas não se identificam com ele por conta da loucura, mas porque ele é frágil, assim como a gente. Quando vemos um personagem que não é perfeito, que não é o ‘ricão playboy de Gotham’, simpatizamos”, expõe Filicio.

Uma década antes da versão interpretada por Joaquin Phoenix, Heath Ledger tornava o personagem mais memorável que qualquer outra até a data – seja live-action, animada ou em games. O Coringa não queria dinheiro, não queria matar o Batman, não tinha nenhuma real intenção maléfica enquanto vilão. Ele só “explodiu”. Somando isso à visão do líder carismático, não é complicado fazermos um paralelo político com o personagem.

“Quando pegamos essa vontade ‘do nada’, temos as manifestações de 2013, com o mesmo sentimento niilista. Por motivos políticos e não políticos, revoltadas com tudo, que viram uma válvula de escape (…) Precisa haver uma vontade que segure isso de tacar fogo em tudo. O Marx falaria que é a consciência crítica, o Sartre falaria que é a responsabilidade, com a existência, outros diriam que é a arte”, diz Filicio.

A leitura do personagem como um todo, na visão de Flávia, é que Coringa surgiu pela necessidade de antagonizar Batman, tal qual nas histórias de fantasia. Tanto é que no ano seguinte à primeira aparição do Homem-Morcego, há 80 anos, tivemos a introdução de Coringa. Independente de ser 1940 ou 2021, o público terá interpretações distintas ao que as mensagens querem passar. Flávia sinaliza que “Coringa sofre da síndrome de Rorsarch, por demonstrar uma coisa e a galera entender uma coisa diferente”.

Maldade em preto, branco e cinza

Na conversa, Filicio lembra do Deadpool. O personagem dos quadrinhos e do cinema é classificado como “anti-herói”. Ou seja, é o herói com meios pouco triviais de chegar ao resultado esperado e, na maioria das vezes, aposta para a violência contra os vilões. Conforme a explicação de Mulinari, essa é uma “tendência que acaba surgindo quando o conto de fadas, quando a ideia de ‘bem e mal’ passa a não colar mais”.

Flávia lembra de outra situação. “Você também tem o anti-vilão, que acaba querendo fazer o bem, mas de maneiras meio bizarras. Por isso, ele acaba fazendo o mal”. Um exemplo memorável é Thanos, em Vingadores: Guerra Infinita. “Talvez você olhe e fale ‘mas ele está certo’. As pessoas estão usando muito do nosso sistema de recursos e talvez o melhor seria exterminar metade da população”, ela conta. Em outras palavras, um anti-herói ainda é herói e um anti-vilão ainda é vilão. 

Para ajudar na visualização, pensemos no yin-yang: há um pouco de bondade dentro do vilão (lado preto, anti-vilão) assim como há um pouco de maldade dentro do herói (lado branco, anti-herói). Explicando yin-yang como algo místico, Filicio avisa que, quando tentamos analisar racionalmente a construção de um personagem, não temos como apelar para a natureza. “O equilíbrio das forças vem da sabedoria oriental. Essa questão do anti-herói e anti-vilão com essa desconstrução também está associada a outras coisas”.

Ele prossegue, dizendo que se pegássemos como referência o século XIX, havia uma visão majoritariamente científica. “Ali temos a natureza humana, que as pessoas eram naturalmente boas ou ruins. Houve até a ideia de que existia o gene do mal, que isso eram questões genéticas”. Porém, até o fim do século XX isso foi deixado de lado. Então passa-se a analisar a identidade do ser humano a partir de uma construção sócio-histórica.

Surfando na onda de mudanças da sociedade, os mais recentes se beneficiam. Paulo cita Harry Potter, personagem que nasceu literariamente da forma mais desconstruída, pois ele “não é possível vender mais a pura bondade, nem a pura maldade, sendo uma ideia muito cristã da coisa – de que existiria o mal absoluto e o bem absoluto”. 

Além de literatura e cinema, temos outras mídias que dificultaram nossa compreensão de dividir bem e mal. Na televisão, por exemplo, é fácil lembrar de dois protagonismos memoráveis: Tony Soprano e Walter White – em The Sopranos e Breaking Bad, respectivamente. A respeito do segundo personagem, que é um “químico do mal”, Flávia diz que é fácil nos identificarmos com ele pois Walter “não é 100% do bem (ninguém é) e, por isso, ele não chega a ser um vilão de fantasia”. Na visão dela, vilões também tornam-se inesquecíveis por conta de às vezes serem mais importantes que os heróis em suas respectivas produções. “É muito mais fácil você olhar o Darth Vader e falar ‘nossa isso é muito icônico’ do que você olhar o Luke e falar o mesmo”.

O Loki, da série homônima da Disney+ e dos filmes da Marvel, teve sua evolução gradual entre as produções. Ele é apresentado no primeiro Thor em um flashback e suas primeiras falas são de total apoio ao irmão, que está frustrado por ainda não ser rei. A teimosia e determinação foram cruciais para termos o Thor que conhecemos hoje, mas é somente no final que tomamos o lado dele e somos levados a nos distanciar de Loki – antagonizando-o para o público. Loki questiona se está amaldiçoado por ter sede de poder. Gigante de Gelo, o filho de Laufey se frustra com o fato de ser adotado. Após Odin adoecer, ele toma o trono e vemos o que se tornaria o vilão de Vingadores de 2012, gerando 1,5 bilhão de dólares.

Neste filme Loki chega com uma cara demoníaca, mesmo com a promessa de libertar o povo. A fuga dele com “seu” poderoso Tesseract é o que resulta na formação dos Vingadores, logo, nem ele se safa de virar mais importante que nossos queridos heróis. Loki se considera superior aos humanos, xingando Viúva Negra, e então mata o agente Coulson. Terminamos o filme com ele sendo levado de volta para Asgard, escoltado por Thor.

Na série de 2021, quase uma década depois, mas cronologicamente logo após Vingadores, o personagem ganha um lado completamente humanizado. Há um relacionamento complexo com outra pessoa, ele se revela bissexual, cria laços fortes de amizade e passa a sacrificar certas coisas em prol de um bem “maior”. Flávia diz que o personagem é neutro. “Se fôssemos pegar o espectro do ‘bom, mau, netro’, ele é neutro. Pensar que é esquisito (nem lá, nem cá) sempre foi a dele. Não senti um baque grande quando comecei a ver a série porque isso estava sendo construído há muito tempo”.